RELATOS/STORY




09/12/2011

Parto da Minha querida amiga Luiza

É só fazer clik aqui no Link e ler um dos relatos mais lindos que já vi....
Ao ler este relato podemos sentir que a força da Mãe Natureza habita em nós e a cada passo que damos nesta linda vida podemos sentir isto se desejarmos e se nos conectarmos ao nosso mais profundo ser. Obrigada amiga Malena por nos oferecer tamanha inspiração.

http://www.partodaluiza.blogspot.com/

14/01/2011

Vanessa's Natural Birth Story

Baby's Birth Date: April 17, 2009

I woke up at 6am (as I did every day since 35weeks) with some minor minor contractions coming maybe every 10-15 mins apart.  Around 8am they became a bit stronger and closer together.  At 9:50am I decided to time them and yup every 2-5 min apart and a little stronger.

At 10:30am my water broke, and I called my midwife. I told her that I wanted to labor at home for as long as possible. She was a bit concerned since the contractions were every 2-5min in a pattern so she asked me to call her once my husband got home from work. My husband arrived at 11:10am. I then called my midwife and she wanted me to head to the hospital in one hour. I then took a shower got dressed and we headed out.

The drive to the hospital was long and I was in pain but I blocked it out. We arrived at the hospital around 1:30-2:00 pm.  The  on-staff midwife checked me and I was 4cm dilated and contracting every 2-5min and the contractions were strong at this point but manageable.

Once my Midwife arrived she looked at the monitors and decided to keep me on for a few more contractions (we were in triage for maybe 30-45min). She then asked me if I would like to walk around (my baby was posterior) to see if my baby can turn and to dilate a bit faster. So we went to the park (which was right behind the hospital).  I was contracting and the pain wass strong yet in between contractions I was laughing, telling jokes, watching the kids play etc... I really couldn't believe was handling labor the way I was.

My doula was there taking pictures and helping me cope by talking to me during the contractions or applying pressure on my back. An ice cream struck passed by so I told my husband to buy me one; when he left, I got a really STRONG contraction.  I was now standing over the bench while my doula held on to me and squeezed my hips together.   All of a sudden I felt the baby move and drop.  From that point on the contractions were coming every minute and were VERY painful then in less than 2 minutes it hit me, the feeling to push!

I didn't even get two bites from my ice cream (I still dream of it today, lol) We then started walking out of the park back to the hospital but the pain wass so strong I dropped to the floor and began to push. I got up and walked a little more then I was back on the floor.   I then crossed the street to try to get to the ER and well I was back on the floor.  

Above me wass a bridge connecting the hospital buildings where people were watching what was happening to me. This time I was not getting up, I was on the floor on all fours pushing.  Then all of the sudden I heard people screaming and I was surrounded by hospital staff and someone yelling from the hospital that a wheel chair was coming.

Two EMTs, the VP and a Director of the hospital all surrounded me while an RN came running with a wheel chair. The two EMTs picked me up like a chair and placed me on the wheel chair (because the VP wass there she gave us access to a door on the side of the building where we were) and we went straight up to labor and delivery where everyone there knew what happened and were waiting for me (very TV ER-like) swinging the doors open yelling and rushing me into the room.

In the room I was telling my midwife I wanted to push.  She told me to try to fight the urge so she can check me. They got me on the bed (I dropped my pants off but I was still in my shirt) and said I was only 6cm.... I wanted to cry.

She assured me that I could go from 6cm to fully dilated in 5 min. I then told her that I had to use the bathroom. She told me she could not allow me to push in the bathroom because I could deliver my baby in the toilet. So she got a birthing stool.  I sat on it and began to push.

Well she was right; I dilated from 6-10 cm in 5 min, so now I was back on the bed and I delivered my baby.   All in all once in the room I had my beautiful baby girl in 20min with no time to get into a hospital gown, no iv and still in my own clothes. It was a crazy experience I will never forget. While pushing I did ask for drugs but that phase of labor is so fast the pain is tolerable.

Natural Labor is possible as long as you have the right health care provider, support and encouragement that your body can do this.

Site: http://www.givingbirthnaturally.com/natural-birth-story-vanessa.html#top

12/12/2010

RELATO DE PARTO DO CAIO - KELLY MAMEDE
Dia 16/06/2008, 00:25hs.
Parto Natural na Água
Hospital Evangélico de Londrina – PR.

ALGUMAS PALAVRINHAS...
Parir com meu marido ao meu lado e poder participar ATIVAMENTE daquele processo do início ao fim, foi uma felicidade indescritível.
Conquistar a realização de um parto natural no Brasil é uma luta para a maioria das mulheres. E precisa muita convicção, paciência, coragem e persistência.
Somos muito gratos à Deus porque tivemos tudo isso e um tanto de sorte.
Eu tive ao meu lado pessoas maravilhosas que estavam tão comprometidas quanto eu. Minha mãe, minha doula Pata, o Dr. Alessandro Galletto a Dra. Rosana Hashimoto, e principalmente o meu marido, que me apoiou de uma forma tão mágica que nem ele mesmo imaginava que conseguia. Tenho certeza que ele, de alguma forma, pariu o Caio junto comigo.
Obrigada à todos vocês que estiveram lá comigo me dando carinho e acreditando em mim, principalmente nos momentos em que eu desacreditei.

UM POUCO DO “ANTES”
Desde sempre, eu pensei que a forma de ter bebê era através do parto normal (talvez porque minha mãe teve 3 assim). Eu achava que cirurgia, inclusive a cesárea, só acontecia para quem precisasse mesmo, e normalmente porque alguma coisa estava errada.
Hoje chamo isso de: ingenuidade.
Como podia eu, viver num país onde o índice de cesáreas é absurdamente tão alto, e achar que o normal era parto normal?
O tema gravidez / parto era tão natural pra mim que praticamente nunca me chamou atenção, mas quando chegou a minha hora de engravidar, aí eu me deparei com a dura realidade, e tomei um baita susto como se eu fosse a última pessoa do mundo a saber da notícia. Será que a maioria das mulheres tinha algum problema sério na hora de parir? Santa ingenuidade!

PARTO NATURAL NO BRASIL
Marquei uma consulta com um médico em SP (tínhamos acabado de mudar para a cidade), achando que o mais difícil seria dizer que “o meu parto normal” eu queria que fosse na água (como os que eu tinha cansado de assistir no Discovery).
Isso eu nem cheguei a dizer, mas se dissesse certamente o médico riria da “piada”!
O médico que eu fui, já foi logo me advertindo que “parto normal ele só espera 3 horas”. “Uau!”, eu pensei, “parece que uma nuvem negra se aproxima!”. Visitei outros tantos que me passaram a mesma mensagem. Cheguei a pensar que eu é que estava errada ou mal informada.
Voltei pra casa chocada.
Foi na internet que encontrei um conforto quando descobri um outro mundo, uma realidade paralela. Fui lendo e me aprofundando, descobrindo coisas como o parto humanizado no Brasil, o trabalho das Doulas, de médicos mais comprometidos com o ser humano, as listas de discussão de mulheres que, como eu, buscavam uma saída contra a “desne-cesárea” que é vendida na maioria dos consultórios médicos.
Fomos conhecer um médico especial, o Dr. Jorge Kuhn. Ouví-lo relatar um parto natural com tanto amor, nos emocionou enormemente. Ele disse: “a mulher se ‘ensimesma’ atingindo uma dimensão que só ela e o bebê tem acesso”. Uau! Eu definitivamente queria viver aquilo, e o Clésio também passou a querer mais. Saímos de lá com a certeza de que ele seria nosso médico.
Quando descobrimos a gravidez, tínhamos acabado de mudar (pra variar) para Londrina-PR. Ainda não conhecíamos ninguém na cidade e deu um certo pânico de pensar que nosso Jorge Kuhn não estaria ali e que teríamos de começar tudo de novo.
Liguei pro Dr. Jorge esperando que ele nos indicasse um médico lá, e para a nossa tristeza ele não conhecia ninguém do tipo que a gente precisava. Mas por sorte ele tinha uma doula de Maringá (à 100 km) para nos indicar. E isso foi nossa salvação!
Quando conhecemos a Pata – Patrícia Merlin – soubemos que, ela, pelo menos, falaria a nossa língua e nos apoiaria. Ela nos indicou alguns médicos para conhecermos...
Não foi tão simples, não tinha um médico pronto como a gente queria. Visitei alguns, pesquisei, fui até bem ridicularizada... Normal!
Até que cheguei no Dr. Alessandro, que apesar de não ser “pronto”, embarcou no nosso sonho e “se aprontou” com a gente durante os 9 meses de gestação. Ele topou o parto na água! Ele embarcou, sonhou junto, apoiou e acreditou. Foi nota 10!
A Pata fez toda a diferença nesse processo todo. Durante a gravidez a gente já fica mais sensível, e enfrentar a pressão de uma sociedade equivocada, iludida, e vendida (na maioria dos casos), contra a idéia do parto normal; a ridicularização do desejo da mulher de querer participar desse processo natural de forma natural; e principalmente a forma desrespeitosa com que as pessoas se expressam contra... é um belo convite a desistir de tudo.
Esse desrespeito te bombardeia a toda hora, vc se sente um E.T., mas a Pata segurou a nossa onda sempre que recorremos à ela. Através de materiais, livros, videos, informação, reuniões, íamos ficando cada dia mais encorajados e certos da nossa escolha.

OS “DIAS” DE TRABALHO DE PARTO
Faltando uma semana para a DPP (data provável do parto) eu começei a sentir contrações indolores mais fortes e frequentes, as tais Braxton Hicks. Como faltava 1 semana para a dpp achei que já era hora de avisar minha mãe, porque ela mora em Minas a 8 horas de viagem, e eu nem podia pensar parir sem ela. Ela veio no final de semana mesmo. Terminamos de arrumar o que faltava, saímos pra relaxar, despedimos do barrigão (18 kg só de barriga, o resto a mesma magresa), a gente achava que o TP (trabalho de parto) começaria logo, mas nos enganamos.
Domingo eu senti uma contração bem forte, porém no início da semana até as Braxton diminuiram o ritmo e a intensidade. Começamos a ficar ansiosos.
Quarta-feira contrações indolores voltaram chegando a 5 min de intervalos. Fui pro médico: nenhuma dilatação, bebê alto ainda, colo do útero grosso. Puts! Eu não sabia o que pensar!
Quinta-feira Clésio não foi trabalhar, a gente jurava que alguma coisa ia acontecer logo. Mas nada. Nesse dia as contrações indolores sumiram! Sexta ele voltou pro trabalho e a única coisa que sabíamos era que precisávamos continuar a vida e baixar a ansiedade, por mais difícil que fosse, porque aquele barrigão já estava muito desconfortável. Fazia dias que eu não conseguia descansar, nem de dia nem de noite porque sentia dores como se estivessem abrindo os ossos da bacia, principalmente à noite. Além das dores eu ia ao banheiro quase de hora em hora. Aquele conselho da Pata pra “tentar descansar ao máximo” não deu pra seguir.
Na manhã de sábado eu perdi o tampão mucoso. Nossa, fiquei muito animada, agora sim um sinal relevante! Mesmo assim evitei ficar ligada aos sinais, pois como disse a Pata “quando seu TP começar você não vai confundir”.
Os pais do Clésio chegaram e agora não faltava mais ninguém. Isso nos ajudou a esquecer e querer relaxar, sair pra descontrair. Fomos a um bar no sábado à noite. Um lugar especial que eu gostava muito, tinha uma comidinha deliciosa e um grupo de músicos animados que agitava a galera pra cantar e se mexer um pouco. Chamamos mais um casal de amigos grávidos de 8 meses. Estava tudo muito bom! E foi ali que tudo começou!

CONTRAÇÕES DOLORIDAS.
Começei a sentir contrações um pouco doloridas, fiquei meio inquieta, fui caminhar do lado de fora do bar e pude ver que os intervalos estavam de 10 em 10 minutos. Gente, nessa hora eu queria morrer de felicidade! Finalmente eu tinha certeza que tinha começado!
Chegando em casa tentei dormir e descansar, mas não conseguia porque as contrações não deixavam. Bem cedinho fui pro médico: 1 cm de dilatação, colo do útero bem fino, bebê mais baixo (mas não encaixado ainda, ok, eu sabia que isso era normal). A “festa” havia mesmo começado! Ficamos todos muito animados em casa. Contrações apertando, mais fortes, intervalos mais curtos, 10, 5 minutos. Chamei a Pata, ela veio pro almoço. Tivemos um momento muito agradável, casa cheia, comidinha da mamãe, o melhor clima de TP!! Entre uma contração e outra eu dançava, cantava e dizia “que delíciaaaaaaa”!!!

NO HOSPITAL
Quando as contrações chegaram a uns 5 min de intervalo fomos pro hospital de mala e cuia e toda a tralha pro parto na água. Chegando lá eu estava com 5 cm de dilatação, Clésio encheu a piscina, mas eu só entrei com uns 7 pra 8 cm. A sensação da água quentinha foi ótima, mas a essa altura as contrações já me pediam tanta concentração que eu passei a não mais me atentar para a água. Clésio entrou comigo para me dar equilíbrio porque eu escorregava no fundo da piscina que tinha uns gomos inflados. Aliás, no TP qualquer posição que podia me desequilibrar eu não gostei, por exemplo, a bola de pilates que a Pata levou. Tentar me equilibrar em cima dela me incomodava mais do que ajudava.

O EXPULSIVO
As dores eram fortes, mas suportáveis, o que mais me incomodava era o cansaço. Os intervalos entre as contrações eram muito curtos. Do momento que eu entrei na piscina, umas 18hs, até o Caio nascer, meia noite e pouco, os intervalos diminuiam rapidamente, sem tempo para descanso. Somando o cansaço do peso “over” da barriga e as últimas noites sem dormir, ao TP sem intervalos e sem o tempinho de descanso, eu me sentia mais cansada a cada contração. A Pata sugeriu mudar de posição, segurar uma toalha (igual cabo de guerra), fazer massagem e nada disso ajudava mais. Esse cansaço não me deixou relaxar e curtir com tranquilidade e consciência conforme eu queria e achei que fosse acontecer. Pelo contrário, eu fui ficando preocupada e frustrada principalmente por dois motivos: um foi o fato de parecer que a fase entre o nono centímetro, o encaixe, e a coroação do bebê, eu não ter sentido com clareza (só sentia contrações fortes com menos de 1 minuto, praticamente sem tempo pra respirar, conversar, abrir os olhos, raciocinar), e segundo foi o fato de o meu colo ter inchado e dificultado a saída do Caio fazendo com que a cabeça dele viesse e voltasse, por incontáveis vezes! E o eco que eu ouvia naquela louca exaustão era a torcida “não Caio, não volta, ahhh voltou!” Nada motivador àquela altura!
Enfim, meu momento de expulsão deve ter durado umas 3 e-xaus-ti-vas horas nesse vai e vem do bebê, e a cada minuto eu achando que não daria mais conta de tão cansada. Acabei não curtindo e não sentindo com clareza o que estava acontecendo, ficando até preocupada querendo informações, mas sem forças nem pra perguntar. Nessas 3 HORAS eu só sabia puxar o ar e fazer força, puxar-fazer força, puxar-fazer força, SEM PARAR!
De vez em quando me vinha a consciência e um pouco de controle dos meus pensamentos. Me vinha à mente algumas das coisas que eu havia lido durante a gravidez sobre o parto e junto um sentimento único de prazer por estar enfim vivenciando aquele processo, sentindo e vivenciando o meu parto como protagonista, deixando que a natureza, a minha e a do meu filho, agissem em mim. Dor? Sim, mas muito mais que isso. Dor traz um significado mais negativo, e a dor do parto não tem nada disso. É um sentimento mais complexo, mais COMPLETO. É uma dor prazerosa, consciente, desejada, esperada. Você não sabe se está no céu ou na terra, ou num lugar onde tudo se encontra. É louco, é divino, é pleno! Não dá pra não AMAR estar vivendo aquele momento, mesmo com a dor.
Mesmo estando cansada e não estar percebendo tudo com a clareza que eu imaginava que sentiria (e talvez nem seja assim tão claro como eu pensava) me entregar àquele processo e saber o que estava acontecendo dentro do meu corpo, e como o Caio estava contribuindo para nascer, os lugares que ele estava percorrendo, as rotações que ele estava fazendo, e o impacto que isso estava tendo pra ele... saber que imediatamente após ele viria pro meu colo direto, sem ser tocado por mãos estranhas, que teria meu carinho, reconheceria minha voz, meu cheiro, meu corpo, meu calor e meu amor. Isso era tudo o que eu queria viver!

NASCEU!
Quando o Caio nasceu eu também não percebi muito a passagem dele como a maioria das mulheres percebe, “veio primeiro a cabeça e depois o resto do corpo”... Não, não diferenciei nada, nem que ele tava nascendo, pra mim fazia 3 horas que ele estava “nascendo”. O Dr. Alessandro me pediu para colocar a mão na cabecinha dele, eu tentei, mas não sentia nada parecido com uma cabeça e antes que eu perguntasse veio outra contração forte, e outra de novo. Minha mãe, emocionadíssima rompeu o silêncio e disse “minha filha, tá nascendo, tá nascendo. Abra os olhos!” Em seguida ele saiu todo e aí eu abri os olhos e vi ele bem na minha frente debaixo d’água com os olhos abertos, Dr. Alessandro tirando o cordão do pescoço dele, ele vindo lentamente pro meu colo. Deu uns chorinhos delicados e continuava com os olhos bem abertos como se quisesse ver quem estava ali.
Eu só pensava “o milagre aconteceu!”.
Desse momento em diante parecia que eu estava no céu, literalmente... ver ele sair da água e vir pro meu colo, pegar um bebezinho daquele tamanhico pela primeira vez... foi sem dúvida o momento mais especial da minha vida. Que vontade de eternizar aquele momento!
O Clésio me olhava e chorava e ria, tudo misturado, totalmente surpreso como se a gente duvidasse um pouco que aquilo podia de fato acontecer com a gente.
Que sabor divino tinha olhar pra aquilo tudo e saber que o milagre realmente tinha acontecido através de mim e que estava bem ali no seu colo.
O Caio nasceu bem cabeludinho, cabelinho preto e muito liso estilo moicano, veio com um corte fashion fazendo um bico na testa (sério!). Apesar da circular de cordão (mesmo só sabendo na hora do nascimento, os batimentos cardíacos dele estavam sempre normais então, é isso que dá a certeza de que o bebê está bem, mesmo que tenha cordão enrrolado no pescoço) ele estava bem tranquilo e muito corado, uma aparência de um meninão saudável, e muito, muito lindo! Sem cara de joelho... rs.
Após ele nascer, ficamos ali curtindo nosso bebezinho. Esperamos um pouco para cortar o cordão e o Clésio fez questão de cortar todo orgulhoso do “nosso” parto e do nosso filho.
A Dra. Rosana o pegou para clampear o cordão e aquecê-lo numa manta para que ele pudesse vir mamar (ele não tomou banho logo que nasceu, só no dia seguinte) e nesse momento pudemos ver a força dos seus pulmões! Ele não chorou, mas berrou como um desesperado, tadinho. No filme tem uma cena engraçada onde a Dra. Rosana deixa a câmera ligada em cima da cama pra pegar o Caio, e o Clésio aparece bem na frente, ainda sentado na piscina ESTARRECIDO, com o choro do Caio! E ele fica alguns bons minutos olhando o Caio com aquele pensamento pendurado: “Meu Deus, que choro é esse?” É uma cena muito cômica!
Logo em seguida, eu já estava na cama e coloquei ele no peito. Ele após experimentar um pouquinho, mamou. Aiai, outra melhor sensação do mundo!!!
Depois Caio foi pro colinho do papai e dos avós que estavam ansiosos para pegá-lo.
Outra coisa que eu não senti muito bem foi a placenta saindo, pra falar a verdade o que me lembro é que quando vi o Dr. Alessandro já estava ali analisando se estava tudo bem. O resultado: placenta perfeita, períneo íntegro (não fiz corte na vagina, a episiotomia, e nem por isso tive lacerações, “rasgos”). Apesar da sensação de ter rasgado toda (toda mulher sente isso quando está parindo), estava tudo ali, bem certinho. Maravilha!
Levantei, tomei um banhão, e depois que todos se despediram, fomos dormir os 3. Clésio, morto coitado, se deitou numa cama, e eu na outra. O Caio estava naquele bercinho de hospital, bem coladinho com a minha cama, bem quietinho, dormindo. Quando o Clésio apagou a luz do abajour, nesse mesmo instante ligou o botão do choro do Caio. Esse menino começou a chorar de novo como naquela hora que a Dra. Rosana estava cuidando dele. O bom, de novo, foi ver a reação do Clésio. Pasmo! Ele ascendeu a luz novamente e me olhou com aquela cara tipo “como assim?”.
Eu estava muito feliz para me lamentar a dor e o cansaço extremo, aliás, acho que esqueci no mesmo instante. Fiquei tão embebecida de felicidade que só queria olhar o Caio, cheirá-lo, amamentá-lo... Tirei-o do berçinho fiquei até o dia amanhecer olhando pra ele, tentando e não conseguindo dormir e descansar. Ele fazia uns barulhinhos com a boca e aquilo me fez ficar vidrada. Eu estava abobada, apaixonada, rindo à toa!
No dia seguinte o pesamos e o medimos: 50 cm e 3,130 kg.

RESUMINDO – SOBRE O PARTO NA ÁGUA.
Pensando em mim... a água, sem dúvida, é deliciosamente relaxante, mas tem que ser bem monitorada, porque pode relaxar demais e atrapalhar. No meu caso, acho que o cansaço, o vai e vem do bebê, e a água quente, deixaram meu colo dormente demais, eu não sabia definir uma dor, ou uma sensação da outra, nem muito menos descreve-las pois perdi a sensibilidade. Por outro lado, eu não tinha noção da hora e não podia saber por quanto tempo eu já estava ali naquela água, se já era hora de sair, me levantar e acabou passando da hora de fazer alguma coisa, porque eu não tinha forças nem pra mudar e posição, estava mole e cansada demais. A Pata até que sugeriu alguma coisa, mas eu não conseguia me mover.
Pensando no bebê eu continuo desejando que meus próximos filhos nasçam na água. O que eu li sobre o nascimento na água foi o suficiente para me convencer que esse é o melhor meio para o bebê fazer essa viagem delicada e chegar ao mundo.
De qualquer forma, eu amei a experiência e, melhorando um detalhe ou outro, eu teria mais 10 filhos assim!

SOBRE AS PESSOAS
Eu fiquei realmente feliz com meus acompanhantes. Minha mãe desde o início respeitou muito minha decisão e se empolgou junto comigo para o parto na água. Na hora do parto ela filmou e fotografou e ao mesmo tempo sua presença no quarto me trouxe uma energia tipicamente materna de coragem e acolhimento. Ela foi quem preparou o quarto deixando um ambiente aconchegante, pouca luz, música baixinha... A Pata ficou mais na retaguarda, grávida de 8 meses, ela me deixou mais livre e se comunicava mais comigo por um olhar tão profundo de confiança. O Dr. Alessandro nos acompanhou mais no período expulsivo e acolheu fielmente meu pedido de menos intervenções. Ele ficou a maior parte do tempo num cantinho da sala e interviu no momento mais necessário de todos, me ajudando na passagem do Caio, empurrando o colo do útero um pouco para dar espaço pra ele nascer, já que meu sofrimento pelo cansaço já estava bem evidente. Meu maridão comprou a briga comigo desde o início e me deu todo o suporte que eu precisava. Na hora do parto ele fazia questão de me repetir baixinho no ouvido “está tudo indo bem, você vai conseguir, acredite em você, eu acredito...” de um jeito tão doce e tão forte, que foi decisivo pra mim. A Dra. Rosana chegou no final, arrumou tudo pra receber o Caio muito discretamente que eu nem percebi que ela havia chegado no quarto, e cuidou do Caio com um profissionalismo admirável. Ela disse que ele nasceu tão bem que ela decidiu filmar um pouquinho no lugar da mamãe, pra que ela pudesse curtir mais do momento.

Eu só posso dizer que fui muito feliz em tudo!
Hoje o Caio tem 1 ano e 2 meses, e vai ganhar uma irmã em janeiro de 2010.
Estamos novamente tão empolgados quanto da primeira vez com a gravidez e com o parto.
Vamos com muita felicidade poder viver isso tudo de novo! E que assim seja!